Quem vai acompanhando o blogue, sabe que eu não tenho qualquer tipo de filtro no lago, o que implica que, se quiser ter a água limpa, tenha de vazar os 500L, lavar o lago e encher de novo, o que acarreta um gasto considerável. Mas a água suja nunca é desperdiçada porque transfiro-a através de uma bomba, para um depósito que tenho, e que depois servirá para regar as muitas plantas que tenho. Muitas vezes também encho o regador do lago para regar e depois volto a acrescentar mais água da torneira. Mas tudo isto pode ser dispensável se usarmos um filtro natural, que não implica passar cabos, bombas, gasto de eletricidade, etc. E é aí que entram as plantas aquáticas.
Para conseguirmos manter a água transparente no lago, é necessário existir um equilíbrio entre vida vegetal e animal, se isso não acontecer, a água tornar-se-à turva e mal cheirosa. Ainda por cima as tartarugas no verão comem imenso, e eu tenho cinco tartarugas, que se muito comem também muito sujam, e a água devido à luz e calor, além de muito verde por causa das algas, fica também muito porca e mal cheirosa.
Os responsáveis pela turvação da água são, como referi, as algas, plantas microscópicas que se desenvolvem à luz do sol, e alimentam-se dos sais minerais existentes na água, introduzidos pelos excrementos das tartarugas, e pela decomposição de outras matérias orgânicas como restos de comida, folhas caídas, bocados de plantas aquáticas apodrecidas, etc.
E é aqui que entram as as plantas oxigenadoras. Estas plantas vivem submersas na água, alimentando-se dos tais sais minerais, e por isso impedem que as algas se desenvolvam. Além disso, criam manchas de sombra no lago, e retiram a luz necessária para as algas se desenvolverem. Por outro lado as oxigenadoras captam o dióxido de carbono libertado pelas tartarugas. Em troca, libertam oxigénio na água (daí o seu nome) que fica disponível para ser captado pelos animais. Cria-se assim um ciclo perfeito: as plantas oxigenadoras e os animais aquáticos (tartarugas e peixes se existirem) utilizam reciprocamente os produtos eliminados pelos outros.
E é por isso que eu gosto do jacinto-de-água (ou aguapé) precisamente por ser uma planta que funciona como filtro natural, capaz de retirar enorme quantidade de nitratos da água, ajudando a torná-la transparente. Quando adicionei os jacintos-de-água a água estava verde e extremamente suja, não a substituí precisamente para testar a eficácia da planta, e os resultados são assinaláveis.
Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) |
Água do lago depois de filtrada pelas plantas |
Como é lógico, não é aconselhável encher todo o lago de plantas aquáticas, porque é preciso deixar uma zona para alimentar as tartarugas, e até para elas se movimentarem com mais facilidade. Eu não cumpri esse requisito porque, como a água estava muito suja, quis mais rapidamente filtrá-la e torná-la mais transparente. Mas o que se aconselha, é deixar metade ou dois terços da superfície da água livre de plantas, mas isto é um pouco senso comum.
Ainda assim parece-me que os jacintos-de-água estão a resistir bem. Claro que uns quantos levam umas dentadas ou são trepados e atropeladas, e é preciso ir retirando alguns resíduos que ficam a flutuar na água, mas acho que por serem muito altos estão a resistir mais do que esperava, e quem sabe ainda dêem flor no lago. Veremos.
As minhas tartarugas comeram o meu unico jacinto...
ResponderEliminarQuando tens poucas plantas não podes colocar com as tartarugas porque vai desaparecer logo ;) Os meus, mesmo estes que estão no lago acho que se estão a propagar, e de caminho nem sei onde pôr.
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