quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Altruísmo entre tartarugas

Nesta época de consumismo que atravessamos, rodeada sempre de alguma hipocrisia, muitas vezes são os animais a surpreenderem-nos, e que nos dão verdadeiros exemplos do que significa altruísmo e querer verdadeiramente ajudar os outros. 

Recentemente, no jardim zoológico de Taiwan, uma tartaruga terrestre, prontificou-se a ajudar outra, que estava virada ao contrário de cabeça para baixo sem conseguir voltar à posição normal. Estamos a falar de uma tartaruga, um réptil, animal a quem por norma não associamos grandes sentimentos de afeto.




Votos de boas festas a todos os seguidores e visitantes do Plastrão. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Galeria XLI - Intervalo na chuva II

Quase dois meses depois da última mensagem, as novidades são poucas ou nenhumas. Entrou o outono, e passaram-se dois meses, e a chuva continua sem parar, e este ano nem houve lugar para o verão de São Martinho.

O processo de hibernação começou, como é habitual, com a perda de apetite, e com o recolher dentro de água mais tempo, alternado com umas saídas precárias quando as temperaturas sobem um pouco, ou o sol descobre por entre as nuvens negras.








Ainda assim a vontade de sair não é unânime, e umas preferem ficar no aconchego da água, vindo boiar um pouco e espreitar a vida cá fora.






Por esta altura, os jacintos-de-água já começam a ficar com as folhas acastanhadas, sinal que estão a começar a apodrecer, e que não se aguentarão muito mais tempo, e para o ano lá terei de tratar de ir à natureza arranjar mais alguns para filtrar a água.
Entretanto, e fruto da perda de apetite, e como se pode ver nas imagens acima, a lentilha-de-água começa a conseguir propagar-se, pois a máquina devoradora que é a hieroglifica, deixou de a comer. 
E a trachemys que tem a sua carapaça sempre reluzente, tem agora as placas da carapaça a soltarem-se todas. 







segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Galeria XL - Intervalo na chuva

Este fim de verão tem sido extremamente chuvoso, mas ontem de manhã a chuva deu umas pequenas tréguas e o calor fazia-se sentir. Oportunidade para as tartarugas saírem da água e aquecerem-se, e oportunidade para eu tirar algumas fotografias para atualizar o blogue há algum tempo parado.

Não que sirva de desculpa, mas tendo regressado ao mercado de trabalho recentemente, torna-se bem mais complicado ter a possibilidade de recolher quer imagens ou vídeos para colocar cá, uma vez que saio de manhã, quando elas ainda estão a acordar, e chego a casa quando só estão à minha espera para comer. Estarei agora muito mais limitado, mas não deixarei de ir colocando cá as novidades assim que as hajam.

Cá ficam algumas fotografias, ora com elas cá fora, ora boiando ou meias dentro de água. 






















segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Plastrão - Do milagre ao teste dos borrões

Por estes dias lia a notícia que em Culiacancito, no México, falou-se num milagre de uma tartaruga. Três crianças - será que nesta coisa dos milagres e das aparições têm de meter sempre ao barulho três crianças?! - enquanto andavam a chapinar nuns charcos, encontraram uma tartaruga que trouxeram para casa. Depois de a meterem numa bacia com água e lhe darem comida, ao olharem para o plastrão do animal, de imediato conseguiram ver a Virgem de Guadalupe!


O plastrão (do francês plastron) é a parte inferior da carapaça (ou casco) da tartaruga que protege a zona do ventre. Ora todas as tartarugas têm uma espécie de pintura em forma de manchas escuras, que funcionam como as impressões digitais nos humanos. 

Tal como quando éramos crianças, que olhávamos para o céu para ver o que parecia determinada nuvem, também se olharmos para as manchas das tartarugas, certamente que conseguiremos ver coisas incríveis! 

Até houve um sujeito, de seu nome Rorschach, que com meros borrões de tinta, criou um teste, que vários anos depois da sua morte se tornou muito popular na psicologia, em que basicamente se mostram esses borrões às pessoas, e mediante aquilo que acham que vêem, se analisa a personalidade da pessoa. 

Pegando, a título de exemplo e curiosidade, numa fotografia do plastrão da minha hieroglífica e convertida em borrão:


O que é que vocês vêem aqui? 

domingo, 10 de agosto de 2014

Plantas aquáticas - O filtro natural

Quem vai acompanhando o blogue, sabe que eu não tenho qualquer tipo de filtro no lago, o que implica que, se quiser ter a água limpa, tenha de vazar os 500L, lavar o lago e encher de novo, o que acarreta um gasto considerável. Mas a água suja nunca é desperdiçada porque transfiro-a através de uma bomba, para um depósito que tenho, e que depois servirá para regar as muitas plantas que tenho. Muitas vezes também encho o regador do lago para regar e depois volto a acrescentar mais água da torneira. Mas tudo isto pode ser dispensável se usarmos um filtro natural, que não implica passar cabos, bombas, gasto de eletricidade, etc. E é aí que entram as plantas aquáticas. 

Para conseguirmos manter a água transparente no lago, é necessário existir um equilíbrio entre vida vegetal e animal, se isso não acontecer, a água tornar-se-à turva e mal cheirosa. Ainda por cima as tartarugas no verão comem imenso, e eu tenho cinco tartarugas, que se muito comem também muito sujam, e a água devido à luz e calor, além de muito verde por causa das algas, fica também muito porca e mal cheirosa.

Os responsáveis pela turvação da água são, como referi, as algas, plantas microscópicas que se desenvolvem à luz do sol, e alimentam-se dos sais minerais existentes na água, introduzidos pelos excrementos das tartarugas, e pela decomposição de outras matérias orgânicas como restos de comida, folhas caídas, bocados de plantas aquáticas apodrecidas, etc.

E é aqui que entram as as plantas oxigenadoras. Estas plantas vivem submersas na água, alimentando-se dos tais sais minerais, e por isso impedem que as algas se desenvolvam. Além disso, criam manchas de sombra no lago, e retiram a luz necessária para as algas se desenvolverem. Por outro lado as oxigenadoras captam o dióxido de carbono libertado pelas tartarugas. Em troca, libertam oxigénio na água (daí o seu nome) que fica disponível para ser captado pelos animais. Cria-se assim um ciclo perfeito: as plantas oxigenadoras e os animais aquáticos (tartarugas e peixes se existirem) utilizam reciprocamente os produtos eliminados pelos outros. 

E é por isso que eu gosto do jacinto-de-água (ou aguapé) precisamente por ser uma planta que funciona como filtro natural, capaz de retirar enorme quantidade de nitratos da água, ajudando a torná-la transparente. Quando adicionei os jacintos-de-água a água estava verde e extremamente suja, não a substituí precisamente para testar a eficácia da planta, e os resultados são assinaláveis. 

Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes)


Água do lago depois de filtrada pelas plantas

Como é lógico, não é aconselhável encher todo o lago de plantas aquáticas, porque é preciso deixar uma zona para alimentar as tartarugas, e até para elas se movimentarem com mais facilidade. Eu não cumpri esse requisito porque, como a água estava muito suja, quis mais rapidamente filtrá-la e torná-la mais transparente. Mas o que se aconselha, é deixar metade ou dois terços da superfície da água livre de plantas, mas isto é um pouco senso comum.  






Ainda assim parece-me que os jacintos-de-água estão a resistir bem. Claro que uns quantos levam umas dentadas ou são trepados e atropeladas, e é preciso ir retirando alguns resíduos que ficam a flutuar na água, mas acho que por serem muito altos estão a resistir mais do que esperava, e quem sabe ainda dêem flor no lago. Veremos.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Relva ao natural & Introdução do Jacinto-de-água

Há já algum tempo que não atualizo o blogue com novidades, mas estas também não são muitas. Este ano ainda não aparei a relva, ela foi crescendo, e até comecei a gostar daquele ar natural e então deixei ficar assim. A graminha alta tem também outra vantagem, que é, não se danificar tanto com o constante pisoteio das tartarugas que em cima dela passam horas a apanhar sol. Ela simplesmente tomba, mas se estivesse cortada começaria a ficar muito maltratada nas zonas mais pisadas. 




A outra novidade, foi a introdução (finalmente) de plantas aquáticas (além da lentilha-de-água), no caso do Jacinto-de-água ou aguapé (Eichhornia crassipes) planta que aprecio particularmente (apesar de proibida em Portugal) pois além de servir de alimento, é muito boa a filtrar a água e a torná-la mais límpida. Depois de uma primeira tentativa frustrada de os arranjar em Viana do Castelo, na semana passada, e numa visita de médico ao distrito de Aveiro (andei por Ílhavo, Mira  e Aveiro) consegui encontrá-los graças à indicação da Sofia, a antiga dona da troosti, e última tartaruga que adotei.

Foi  primeira vez que vi jacintos-de-água na natureza (planta da Amazónia/Brasil e invasora em Portugal) e de facto é curioso como ficam todos interligados, alguns de tão comprimidos que ficam pelos outros, crescem muito em altura, uns trinta centímetros talvez. Só foi pena que, enquanto andei entretido a pescá-los, não me tivesse lembrado de tirar umas fotografias.

Acabei por não trazer muitos, pois a mala no regresso ainda iria vir carregada de outras coisas, mas já deu para colocar alguns no lago, que ainda não foram devorados/danificados, porque coloquei precisamente os mais altos, para que as bocas das tartarugas não lhes cheguem. Veremos se conseguem sobreviver e propagar-se no lago, algo que duvido seriamente. Entretanto tenho mais uns quantos à parte, para tentar propagar mais, no entanto só os poderei usar no lago este ano, porque até ao momento não tive nenhuma planta que conseguisse sobreviver ao inverno. 












Agarrada aos jacintos-de-água vieram ainda dois pés de uma outra planta aquática, também ela de origem brasileira, e com estatuto de invasora em Portugal, o pinheirinho-de-água (Myriophyllum brasiliense). Coloquei também num recipiente e ver se propaga pois também terá algum interesse em servir de alimento para as tartarugas. 

Alerto também mais uma vez, para a responsabilidade no manuseamento destas plantas aquáticas. Em Portugal são proibidas por serem extremamente invasoras, acho que, apesar de contrário da lei, até é benéfico que retiremos algumas da natureza, no entanto temos de ter todo o cuidado para não irmos criar mais focos de invasão.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Sentido de orientação

Muito se disse e especula acerca do sentido de orientação dos animais, e estou por exemplo a lembrar-me das várias teorias sobre o sentido de orientação dos pombos, ou das aves migratórias, mas das tartarugas também muito se diz, tanto das tartarugas marinhas que percorrem milhares de quilómetros, voltando sempre à praia onde nasceram para colocar os ovos, como também o sentido de orientação das pequenas crias, que saem dos ovos, e sabem logo para onde se dirigir. 

Como já escrevi aqui no blogue, no ano passado tive um problema com uma tartaruga de manchas vermelhas (Trachemys scripta elegans) em que ela ficou com as pálpebra coladas e andou durante algum tempo, sempre com os olhos fechados, o que a impedia de comer por exemplo. No entanto continuava a fazer a sua vida normalmente, saía da água para se aquecer, e se tivesse de caminhar, não era a cegueira que a impedia de o fazer.
Tartaruga com olhos inchados e pálpebras coladas

No vídeo seguinte, podemos ver que, ela sai do sítio onde estava a apanhar sol, percorre todo o espaço, e depois calmamente dirige-se ao lago, como que sabendo muito bem onde estava a água, algo que não deixei de achar muito interessante. 


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Tartarugas: seres sociais ou anti-sociais?

Há uma corrente de opinião, com a qual concordo, que acha que as tartarugas são seres solitários, totalmente indiferentes aos outros indivíduos, tentam sobreviver cada um por si, e só se aproximam para procriar. Defende-se até, que quem tem uma tartaruga, não precisa adquirir mais nenhuma, pois não é preciso, pode até ser uma fonte de problemas, pois com uma segunda tartaruga podem surgir conflitos territoriais.. E há muitas pessoas que têm esse tipo de problema, e depois têm obrigatoriamente de as separar.

Eu felizmente, que me tenha apercebido, e logicamente que não estou sempre a olhar para elas, mas nunca vi qualquer conflito de qualquer espécie. Tenho cinco tartarugas, três adultas, e duas mais jovens e mais pequenas, e nunca assisti a qualquer problema entre elas. O lago também tem 500L ainda é algum volume de água considerável para cada uma, talvez isso seja um fator importante. 

Mas por outro lado, quando as pessoas as vêem agrupadas, muitas vezes empoleiradas umas em cima das outras, fica-se com a ideia que são animais que, no mínimo, toleram, ou gostam de estar na presença de outras tartarugas. Muitas vezes até ficam paradas frente-a-frente, como que se estiver a comunicar silenciosamente. 











domingo, 25 de maio de 2014

Tartarugas em sítios improváveiss III - Porto

Hoje, enquanto passeava pelo parque da cidade do Porto pude observar mais uma tartaruga exótica que terá sido ali abandonada. A tartaruga estava nas pedras de granito (à direita na imagem) a apanhar sol, mas foi surpreendida por um casal, assustou-se e de imediato foi para a água e nunca mais se aproximou das margens, mantendo-se unicamente a boiar para se aquecer, mas ainda assim consegui fotografá-la ao longe.




Creio tratar-se de uma Trachemys scripta scripta.









# Tartarugas em sitios improvaveis - Aveiro

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Novo blogue de tartarugas aquáticas

Surgiu recentemente um novo blogue de tartarugas aquáticas, em que autor além de nos dar a conhecer, para já, as suas nove tartarugas, vai mostrando também os trabalhos para as novas instalações. Um novo lago com uma envergadura pouco habitual de se ver.