segunda-feira, 29 de abril de 2013

Pinturas no plastrão ou a impressão digital das tartarugas

Apesar de eu ter duas tartarugas, as que estão comigo há mais tempo, que são muito parecidas, e na verdade eu mesmo quase não as conseguir distinguir,


se formos analisar as pinturas ou manchas do plastrão,  apesar de terem padrões semelhantes que serão comuns a todas as tartarugas da espécie, na verdade conseguimos de imediato ver enormes diferenças, e assim como nos humanos não existem duas impressões digitais iguais, também aqui no caso estou em crer não existirão duas pinturas iguais, no fundo atestando a individualidade de cada ser.  

Se observarmos com atenção as pinturas das minhas três tartarugas de manchas vermelhas conseguiremos facilmente distinguir as três. A do lado esquerdo e a do lado direito são as que estão comigo há mais tempo e são muito parecidas, mas a da direita tem o plastrão quase todo pintado de preto numa mancha uniforme, ao passo que a do lado direito tem uma mancha mais clara e não é uma mancha compacta.
A tartaruga do meio, a mais velha em idade, é que menos mancha preta central tem.



Se formos olhar para as pinturas do plastrão da hieroglyphica de imediato constatamos que o padrão das pinturas nada tem a ver com as de manchas vermelhas porque estamos a falar de espécies diferentes. 


E já agora - acham que é possível adivinhar o futuro das tartarugas pela análise das pinturas do plastrão, tal como as ciganas fazem com as nossas mãos?!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Tartaruga em granito esculpida pela natureza

Por estes dias andei pelo Gerês a passear e fiquei hospedado em Castro Laboreiro com vista privilegiada para o castelo, em tempos conquistado por Dom Afonso Henriques, ou para aquilo que ainda resta dele, que são basicamente ruínas.
Cheguei, pousei os sacos e de imediato abri as janelas e desfrutei da vista em volta e de imediato olho para um grande penedo que se destacava e disse "olha ali uma tartaruga"! e de imediato tirei estas fotografias:

 



Ao longe, talvez a uns 300 ou 400 metros eu conseguia distinguir perfeitamente a silhueta de uma tartaruga, a cabeça, a carapaça, as patitas à frente, e a cauda arredondada, tudo numa escala perfeita. Mas como eu sou suspeito, fiquei a pensar que provavelmente aquilo seria coisa da minha cabeça, já vejo tartarugas em todo o lado! e na volta só eu é que olhei para aquele enorme penedo de granito e lhe atribuí a forma de uma tartaruga, mais ou menos como quem olha para as nuvens ou para o teste de borrões de Rorschach e cada pessoa vê uma coisa diferente!

Mas depois do jantar, e já com a barriga bem cheia, retirei uma brochura com publicidade ao restaurante que continha fotografias das especialidades da casa, como o cabrito do monte ou o bacalhau com broa ou à Alvarinho, e eis senão quando aparece uma página só com referência ao penedo-tartaruga! Afinal não era coisa da minha cabeça! 



Então quando fui ao posto de turismo, aproveitei e questionei também sobre a tal tartaruga de granito e foi-me dito que aquilo é tudo natural, uma formação rochosa que ficou com aquele formato só por ação da natureza.

Já no último dia, e antes de vir embora, e já depois de ter subido lá cima ao castelo no dia anterior! - e aquilo ainda custa um bocadinho - fui por outro caminho, este bem mais fácil e rápido, que dava diretamente ao local onde estava a dita cuja só para tirar mais umas quantas fotografias de perto para recordar o momento e depois partilhar aqui no Plastrão. 










segunda-feira, 22 de abril de 2013

Galeria XXVII - Céu Limpo












Manter a cabeça fria


Aprender com os erros

Em tudo na vida, por mais experiência que pensemos ter, estamos sempre sujeitos a cometer erros, e muitas vezes até é o excesso de confiança que nos trai. Mas nestas situações o importante é que, depois disso acontecer, retiremos alguns ensinamentos para que no futuro não voltemos a cometer o mesmo erro.

Na adoção desta última tartaruga de manchas vermelhas, no meu entender, cometi vários erros. Desde logo ter recebido uma tartaruga já com muitos anos que viveu sempre num aquário, num ambiente muito controlado, como que uma espécie de flor de estufa, e tê-la colocado logo no lago a poucas semanas de entrar em hibernação. Se fosse hoje teria isso em consideração, e teria mais cuidado, e provavelmente tê-la-ia posto num ambiente controlado com água sempre limpa - o do lago nem sempre está - até passar a fase da hibernação e então sim colocá-la no lago, para que tivesse todo o resto do ano para se ambientar a novas condições.

Depois, o segundo erro foi, na dúvida ter menosprezado o facto de ela ter começado a andar sempre de olhos fechados, associando isso à sonolência própria da hibernação. Quando algo não parece estar bem o melhor será suspeitar e não confiar que não será nada de especial, mas lá está, como nunca antes tinha acontecido nada semelhante isso transmite-nos uma sensação de confiança.
Da próxima vez não pensarei da mesma forma.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Crescimento & medição das tartarugas

As tartarugas, provavelmente como a grande generalidade dos seres vivos, crescem mais depressa nos primeiros anos, e depois vão continuando a crescer, mas a diferença torna-se quase impercetível, pelo menos para mim é, e às vezes parece mesmo que deixaram de crescer, mas quando as medimos vemos que não, que continuam a crescer.

Se quisermos então saber, concretamente, qual a evolução do crescimento de uma tartaruga, teremos de as medir e fazer um registo,  para que seja possível comparar a evolução ao longo do tempo. 

Por norma as tartarugas medem-se pelo comprimento, em linha reta,  da carapaça


Mas o importante é medir usando sempre o mesmo método para que se possa aferir a correta evolução do crescimento do animal. 

No que se refere às minhas tartarugas tinha-as medido a 31 de maio do ano passado e as duas de manchas vermelhas que tenho comigo há mais tempo tinham 18,5 e 21cm. 
Media-as hoje novamente e agora têm 20 e 22cm respetivamente. 
Hoje, e pela primeira vez, medi também a largura e as medidas são 15 e 16.5cm.

A última de manchas vermelhas que adotei tem 19,5cm x 16,5, ou seja, apesar de ser mais pequena que as outras duas, tem a mesma largura que a maior, o que não deixa de ser curioso. 

A mais pequena de todas, a hieroglyphica, tinha no ano passado 11 cm, hoje já tinha 14cm de comprimento, por 11cm de largura. 

Numa fotografia com elas todas juntas consegue-se ter uma perceção melhor dos tamanhos das três tartarugas de manchas vermelhas.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Galeria XXVI - Dupond & Dupont





"Coisas que acontecem"

Como tinha escrito no início de março, estava a ficar bastante preocupado com a última tartaruga de manchas vermelhas que havia adotado em meados de novembro.
Desde o início do ano que reparei que ela começou a andar cada vez mais com os olhos fechados, mas como por vezes os ia abrindo e nunca vi nada demais, achei que tivesse a ver com a adaptação ao descer da temperatura e consequente entrar em modo de hibernação.

Entretanto a partir de determinada altura nunca mais a vi abrir os olhos, apesar de continuar a vir cá para fora expor-se ao sol, e inclusive trepar por cima das outras tartarugas como documentei em vídeo, e foi precisamente nesse vídeo, que uma amiga, que também tem tartarugas, me disse "olha que não é muito normal, ela nem sequer na queda ter aberto os olhos".

Como expliquei aqui coloquei-a à parte, sempre com água limpa, e ia-lhe deitando umas gotas de soro fisiológico nos olhos, mas não havia jeito de melhorar e mais preocupante ainda não se estava a alimentar porque não via a comida.

Recorri à ajuda de um veterinário, que me disse que a conjuntivite é bastante frequente nas tartarugas de manchas vermelhas - "são coisas que acontecem" - e aconselhou-me desde logo a subir a temperatura da água para o corpo reagir, visto que, segundo ele, se ela estivesse ainda num estado adormecido a medicação injetável que lhe ia aplicar seria expelida via renal e não faria qualquer efeito.


Assim fiz, como ela estava numa bacia com uns 50L de água, comprei um termostato de 150W, e entretanto  comecei a vê-la "bicar" no fundo da bacia como se procurasse comida. Desisti de atirar ração para a bacia que ficava depositava no fundo e mudei de estratégia, comecei e dar-lhe algo que lhe cheirasse logo, visto que ela não via a comida. Então tentei dar-lhe frango na boca e ela comeu logo sem qualquer problema e já fiquei mais tranquilo.

Entretanto o veterinário com a minha ajuda viu-lhe os olhos que estavam com pus, e tentou-se limpar o melhor possível. Temos que agarrar-lhe na cabeça e não deixar que ela a meta para dentro, e depois abrir as pálpebras mas são sempre tarefas um pouco complicadas para não tentar magoar o animal. Por fim administrou-lhe a medicação injetável e disse-me para lhe aplicar colírio duas vezes ao dia e depois de aplicar não a colocar logo na água porque senão a água iria retirar o medicamento.


Assim tenho feito, e finalmente ela já começa a mostrar melhoras, pelo menos já vai abrindo um olho, no outro ainda o mantém muito fechado e já vi que ainda tem mais algum pus que tentarei retirar e continuar com o tratamento, para que fique boa rápido e se junte às suas amigas.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Quebrar a rotina

 
São raras as vezes, mas por vezes este tipo de momentos mais nervosos acontecem, como que a quebrar a rotina normalmente mais calma destes animais.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Tartarugas em casa: reflexões & responsabilidades

Como já contei nas primeiras mensagens, as tartarugas apareceram na minha vida por mero acaso, na verdade nunca sequer tinha pensado que um dia teria tartarugas, mas muitas pessoas sentem-se atraídas, muitas vezes agindo por impulso e compram tartarugas aquáticas sem saberem muito bem no que se estão a meter.

Antes de comprar/adotar uma tartaruga importa ter em conta vários aspetos e desde logo responder a várias perguntas:
- Estarei disposto a adquirir um animal que em princípio vai durar várias décadas e que irá acompanhar-me durante muitos anos e que irá depender sempre de mim?
- Tenho consciência que as minúsculas tartarugas que se vêem nas lojas de animais com 1/2cm, rapidamente em dois ou três anos ficarão com mais de dez centímetros e a médio longo prazo poderão atingir os 15/25cm e que precisarão de um espaço substancialmente maior?
- Estarei ciente que o melhor habitat para uma tartaruga aquática é um lago exterior onde ela possa nadar à vontade e onde possa apanhar sol diretamente?
- Saberei quais as condições que tenho de dar à tartaruga se não tiver possibilidade de a colocar num pequeno lago exterior? Terei presente que que elas precisam de um terrário, eventualmente com filtro e termostato, que além da água elas precisam obrigatoriamente de uma zona seca onde possam apanhar sol, e que não apanhando sol direto precisam de uma lâmpada UV?
- Sei o que as tartarugas hibernam, e que quando deixam de comer e ficam imóveis não é porque morreram, mas sim porque está a "dormir"?

Tendo presentes estas noções básicas já é um bom começo. Mas o conselho primordial é, não adquirir uma tartaruga sem ter consciência de tudo aquilo que ela necessitará. Não se compra a tartaruga e depois "logo se vê". Uma tartaruga não é um cão ou um gato! Antes de ter a tartaruga convém informar-se devidamente, e preparar todas as condições onde ela vai viver, só depois então se deve pensar em trazer uma tartaruga para casa.

Mas está a pensar comprar uma tartaruga? Então se calhar convém pensar melhor:








A verdade é que todas estas tartarugas que estão neste centro de acolhimento do Parque Biológico e em muitos outros centros espalhados pelo país, sem contar com as muitas tartarugas abandonadas em lagos e rios, também foram todas compradas e depois os seus donos livraram-se delas. Seja porque a tartaruga perdeu a piada e prefere-se qualquer outro "brinquedo", seja pela falta de espaço, pelo cheiro que um terrário pode provocar - a verdade é que as tartarugas não são peixes, comem muito mais e consequentemente sujam também muito mais - seja porque a pessoa vai de férias e é preciso deitar-lhe de comer, seja pelo motivo que for, a verdade é que estes centros de acolhimento estão a abarrotar de tartarugas exóticas e, como diz o aviso, o lugar delas não é lá, não é no meu lago, nem nas nossas casas, nem na Europa sequer, é sim nos seus habitats naturais. 

E porquê? Porque ao serem libertadas na natureza vão concorrer diretamente com as nossas espécies autóctones. A tartaruga de manchas vermelhas por exemplo, que é a espécie mais vendida em todo o mundo, acabou por ser proibida a sua comercialização em Portugal, precisamente porque as pessoas por ignorância e irresponsabilidade a libertavam na natureza, e esta pelo seu apetite voraz vai comer tudo o que encontra contribuindo para ameaçar quer a nossa fauna, quer as nossas espécies que habitam os nossos rios e que já se encontram por si só ameaçadas.


Ainda assim, se a pessoa acha que tem o espaço e condições e quer acolher tartarugas, o que sugiro é que procure sempre adotar em vez de comprar. Há sempre pessoas pelos motivos que referi acima que querem encontrar alguém que adote as suas tartarugas. Ainda por estes dias à conversa com o dono de uma loja de aquários, que me disse que ia receber duas tartarugas, porque uma pessoa que falou com ele queria encontrar alguém que ficasse com elas, mas só encontrou uma pessoa do Algarve e como a distância era muita, tornava-se inviável entregá-las a essa pessoa. 

Basta ser um pouco paciente, que aparecerá sempre alguém querendo entregar os seus animais - eu mesmo já adotei tartarugas de três donos diferentes - e estamos desta forma, por um lado a não incentivar o comércio destes animais, e por outro a impedir que eventualmente possam ir parar à natureza. 




sábado, 6 de abril de 2013

Descamação da carapaça

As tartarugas, como muitos outros répteis, como as cobras por exemplo que mudam a pele, ou até como nós humanos que também mudamos constantemente de pele sem nos apercebermos, também as tartarugas mudam as placas da carapaça. 



Isto é um processo absolutamente normal, as placas aos poucos e poucos vão saindo - sem intervenção humana - e quase sem nos apercebermos elas voltarão a ostentar uma carapaça lisa e brilhante.