sexta-feira, 29 de março de 2013

Primavera chuvosa

A primavera entrou há dez dias e já se ouve o canto de algumas andorinhas que já regressaram. Nas árvores que se despiram no inverno já estão a nascer novas folhas, mas este ano, o adágio que diz que nos dias de março temos inverno de manhã e de tarde dias de verão, não tem validade, pois este ano é inverno de noite, inverno manhã e inverno à tarde!

Na areia já se vislumbram alguns fetos que por esta altura nascem e que já escrevi anteriormente não arranco todos para que dê um ar mais natural e um pouco mais de colorido.



Fiquei foi bastante surpreendido  porque me parece que algumas canas, cortadas e metidas na terra há meio ano, e que agora que estão completamente secas, estejam a brotar novos rebentos, mas antes de os começar a cortar sou bem capaz de os deixar crescer um bocado só para ver o que vai sair dali.



Entretanto no lago, as duas tartarugas de manchas vermelhas que tenho há mais tempo vão vindo cá para fora sempre que o tempo o permite, sempre mais a mais pequena das duas, que é de todas a que se expõe mais ao sol. A hioroglyphica, essa aparece muito de vez em quando e voltou a assustar-se comigo quando apareço de repente e atira-se logo para a água. A última de manchas vermelhas que adotei e que anda com os olhos fechados está separada à parte numa bacia grande sempre com água limpa, num sítio abrigado e que apanha sol todo o dia, e tenho-lhe sempre que possível colocado soro fisiológico ou infusão de malvas nos olhos. É sempre uma tarefa complicada porque elas recolhem sempre a cabeça, mas aproveito sempre que ela está a apanhar sol com a cabeça esticada para ir colocando umas gotas.



De resto com esta chuva toda as novidades são poucas ou nenhumas. A chuva serve ao menos para impedir que o lago como tudo o resto cá em casa fique salpicado de amarelo do pó dos pinheiros que nesta altura se espalha em força, e como a casa fica mesmo ao lado do monte pior ainda.




quinta-feira, 21 de março de 2013

Galeria XXIV - Últimas do Inverno 2013

Ontem entrou a primavera, entretanto aproveito para colocar algumas fotografias que por este ou aquele motivo não publiquei antes, e serão as últimas referentes ao inverno deste ano.












Onde está a hieroglyohica?

As tartarugas são excelentes modelos fotográficos. Não se chateiam que eu esteja sempre a tirar fotos, por vezes nas posições menos ortodoxas para conseguir aquele plano ou até com a lente a poucos centímetros, e mais importante, não se mexem muito, ficando por vezes minutos a fio na mesma pose, o que é excelente!
Mas nem sempre isso acontece e num segundo podemos perder aquela fotografia que tínhamos imaginado, tão simplesmente porque uma das bichas resolveu-se mandar para a água naquele momento exato que eu pressionei o botão!!


sexta-feira, 15 de março de 2013

Galeria XXIII - Thachemys trio

Costuma-se falar em calor humano, nas tartarugas também existirá por certo um equivalente! Aqui no caso juntaram-se as minhas três tartarugas de manchas vermelhas (trachemys scripta elegans).







sexta-feira, 8 de março de 2013

O Beijo






Tartarugas todo terreno

Num dia bastante cinzento, o sol apareceu por entre as nuvens e de imediato as tartarugas aproveitaram para trepar os troncos e desfrutar o sol que ainda é para todos, não se paga imposto nem é preciso fatura.
       
           

quinta-feira, 7 de março de 2013

Tartaruga sonâmbula ou algo mais?

A última tartaruga que adotei em meados de novembro do ano passado, aos poucos e poucos e partir do fim do ano até agora começou a andar cada vez mais de olhos fechados. E a coisa foi progressiva até que agora anda sempre de olhos fechados o que me começa a preocupar um pouco.

5DEZ
11JAN


Se por um lado ainda se movimenta muito lentamente como que se estivesse naquele adormecimento normal causado pela hibernação, por outro lado, mesmo assim como que adormecida, se está um dia um pouco mais quente, sai da água e vem cá para fora esticar-se tal qual num estado de sonambulismo! E é perfeitamente capaz de trepar por cima de outra tartaruga sempre de olhos fechados. 


15FEV

Por via das dúvidas e ainda por cima na sequência do que aconteceu à corcunda, já mudei a água ao lago, e limpei-lhe os olhos com soro fisiológico. Vamos aguardar por dias mais quentes e esperar que tudo normalize. É um pouco estranho que mesmo quando caiu nem sequer abriu os olhos.





quarta-feira, 6 de março de 2013

Hieroglyphica meio ano depois

Desde meados de setembro que a hieroglyphica não aparecia cá por fora nem a via a alimentar-se. De todas as tartarugas esta foi a primeira a recolher-se dentro do lago preparando-se para a hibernação. Nesta primeira semana de março, apesar dos aguaceiros frequentes, as temperaturas mínimas subiram em torno dos dez graus e talvez tenha sido o suficiente para a incentivar a aventurar-se, ainda que por pouco tempo, cá por fora.





domingo, 3 de março de 2013

O texto que nunca pensei escrever

Como tudo isto é irónico. Tenho tartarugas há cerca de doze anos e comecei a escrever o blog há vinte dias e nunca que pensei que um dia teria de vir aqui publicar a notícia da morte de uma tartaruga. Nunca que se está preparado para uma coisa destas, ainda para mais depois de ter tartarugas há tantos anos e nada de especial lhes ter acontecido. Os anos dão-nos experiência e a tranquilidade de que as tartarugas são animais muito resistentes e que não têm grandes problemas de saúde.

Não sei de todo o que se passou. Este era o segundo ano de hibernação da corcunda e no último dia de dezembro ela ainda se esticava cá fora ao sol. Será que não se alimentou conveniente e não terá sobrevivido à hibernação? Se no primeiro ano era muito raro vê-la alimentar-se e por isso deitava sempre comida a mais precisamente para que ficasse alguma para que ela se pudesse alimentar ainda se poderia justificar. Mas este ano ainda por cima introduzi as plantas aquáticas e o lago esteve quase todo o ano coberto de plantas aquáticas para ela, que especialmente gosta de verduras, se pudesse alimentar delas, ou seja, ela sempre teve ali muita comida disponível.


Não sei.... Depois de a ter encontrado certa vez de cabeça para baixo enfiado entre dois troncos e ao pegar nela pensei mesmo que já não resistiria ao dia seguinte. Depois de ter aparecido no terreno do vizinho, e me ter obrigado a vedar as heras com as canas porque era perita em evadir-se... Depois de ter passado por tudo isso, e de me ter deixado com a ideia que mais nada de mal lhe iria acontecer, e sem nada que o fizesse prever, acontece isto.

Há sempre um sentimento de culpa, acho que é normal. Ficará sempre a dúvida se falhei em alguma coisa ou se o poderia ter evitado, mas também agora de nada adianta estar a recriminar-me, porque já nada mudará o que aconteceu e ela não voltará...



sábado, 2 de março de 2013

Galeria XXII - Sobrancelhas brancas

Acabei de descobrir uma nova espécie de tartarugas: a tartaruga de manchas vermelhas e sobrancelhas brancas!









sexta-feira, 1 de março de 2013

Diferenças de temperaturas

Fevereiro ficou para trás e o dia de hoje trouxe-nos um novo mês. Março madrugou e logo no primeiro dia mostrou a sua cara de mês que nos presenteia com dias de inverno de manhã e dias de soalheiros de tarde. De manhã estava tudo salpicado de branco, tudo branquinho cheio de geada. Antes das dez da manhã saí de bicicleta bem agasalhado e ia bem devagarinho não fossem as mãos congelar! mas de tarde já andava de calções e de camisola de manga curta.

No ano passado, creio que todos estão lembrados que tivemos um inverno muito atípico. Não chovia e estava imenso calor e os meses de janeiro e fevereiro mais pareciam meses de verão; como não chovia não havia erva nem pastos para o gado, os agricultores reclamavam e a ministra-das-não-sei-quantas-pastas rezava dizia que era preciso ter fé. Por certo a ministra, apesar de fervorosa católica não terá rezado aos seus santos com a fé necessária e a verdade é que os dias continuaram bastante quentes e a chuva não apareceu. 

Mas a verdade é que a temperatura é crucial para as tartarugas. Eu sou um mero cuidador de tartarugas, e assumo a minha ignorância em assuntos muito específicos, mas o contacto com elas trás-nos alguma alguma experiência. 
No ano passado em meados de fevereiro, graças às temperaturas elevadas e anormais para a altura, já as tartarugas tinham saído da hibernação, já andavam todas cá por fora como se vê na fotografia abaixo, de 28 de fevereiro de 2012, e já comiam normalmente.



Mas este ano não, estamos a passar por um inverno normal. E a verdade é que hoje, apesar do dia soalheiro que esteve de tarde, só as duas tartarugas de manchas vermelhas que tenho comigo há mais tempo é que vieram cá para fora. Talvez o frio que se fez sentir de noite, que deve ter rondado os zero graus tenha intimidado a outra de manchas vermelhas que de vez em quando também tem vindo cá para fora apanhar sol. Hoje, só mesmo as mais velhas se sentiram motivadas a vir cá para fora neste primeiro dia de março de 2013. 








Decoração - Próximas mudanças

Depois da trabalheira de colocar as canas em setembro do ano passado, nada de novo aconteceu nestes últimos cinco meses, pelo menos nada que tenha tido a minha intervenção, visto que a natureza, essa tem o condão de dia após dia ir mudando quase que impercetivelmente as coisas, seja na cor das heras que agora em fevereiro recomeçaram a crescer ou no jasmim que está a puxar imensos botões, ou a gilbardeira que está com novos rebentos arroxeados... e essas mudanças só conseguem ser bem notadas quando se comparam fotografias espaçadas no tempo.

Mas como não consigo estar muito tempo sem intervir naquele espaço, que vistas bem as coisas é como que um prolongamento do jardim, já comecei a magicar o que vou fazer em seguida, e a minha ideia será forrar a borda do lago em casca de sobreiro. Porquê? Desde logo porque acho que aquele tipo de lago em pvc a meu ver não está verdadeiramente preparado para tartarugas. Se é verdade que uma tartaruga pequena tem uma enorme facilidade de sair do lago, o mesmo não se passa com as maiores tartarugas que tenho com uma enorme carapaça, que quando colocam as unhas no rebordo plástico o que acontece é que ficam ali a patinar porque a superfície não tem qualquer atrito ou pontos de apoio. Daí que os troncos colocados estrategicamente além de servirem para elas se esticarem ao sol, funcionarem também como pontos de fácil acesso ao exterior. 

Então para iniciar o meu plano de forrar a borda do lago a casca de sobreiro, primeiramente preciso de quê? Casca de sobreiro pois claro! e de preferência sem ter de gastar dinheiro até porque acho que já deu para entender que o que eu gosto é de materiais que não custem um cêntimo! Então arranjei um tronco de um sobreiro que encontrei no monte, deitado abaixo talvez por um tractor dos madeireiros que andaram a cortar pinheiros e eucaliptos aqui na aldeia onde moro, e madeireiros numa floresta são tão delicados com as árvores como um elefante numa loja de porcelanas! 

Trouxe o sobreiro para casa, cortei-o aos bocados e a primeira ideia foi tirar-lhe a casca! Qual quê, aquilo só sai aos bocados, está muito agarrado, o sobreiro ainda era muito novo, e estou em crer que esta altura em que as árvores começam a puxar também não deve ser altura de retirar a cortiça ao sobreiro. Então a ideia será deixar secar a madeira, que ao secar irá encolher e facilitar - digo eu - para que depois a casca saia mais ou menos direitinha, para depois arranjar forma de a colar ao pvc. Está tudo na teoria, mais à frente veremos se se irá concretizar na prática. 

Entretanto e para já peguei em alguns bocados e coloquei no lago.