Todos os anos é a mesma coisa. Chega-se ao final de maio, e as tartarugas, geralmente uma de cada vez e ao longo de todo o verão, entram num estado em que se modificam completamente. Começo logo a notar quando saem da água, mas em vez de se irem procurar o melhor sítio para apanhar sol (como qualquer réptil tendo o sangue frio precisam de se aquecer) mas não, começam a fazer uma espécie de ronda, e procuram por todos os meios fugir do espaço onde estão, que até é bastante generoso na minha opinião. Se durante todo o resto do ano estão ali tranquilas da vida, nesta fase das posturas dos ovos tudo muda. E é nesta fase que devemos ter especialmente atenção para que elas não fujam. As tartarugas são muito persistentes, são capazes de tentar várias vezes seguidas fugir pelo mesmo sítio, mesmo que após cada tentativa fiquem viradas de cabeça para baixo.
A tartaruga que por estes dias se tem dedicados aos trabalhos de escavação é a mais velha de todas (que não a maior nem a que está comigo há mais tempo). Apanhei-a ontem a cavar mais um buraco, mas num esforço que por vezes até dava pena, pelo esforço que se notava que estava a fazer, fechando inclusive os olhos naquilo que eu interpreto como um ergar de cansaço, pois penso que as tartarugas não sinalizam a dor, e estou-me por exemplo a lembrar desta mesma tartaruga quando foi injetada.
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